quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Terceira - Graciosa ( a bordo do Santorini Express)
















O navio está no cais da praia da Vitória pronto para partir, as hospedeiras verificam os bilhetes de identidade e subimos a bordo. Foi fretado a uma companhia Grega para fazer as ligações inter-ilhas neste Verão. Algum do staff é Grego. Um indivíduo muito bem disposto mete-se com a minha filha, põe o telemóvel a tocar música Grega e dá-lhe um rebuçado. O barco tem poucos passageiros. Alguns dormem nos bancos do convés, outros levam o companheiro deitado no regaço e fazem-lhe carinhos, outros observam o mar. Não há pressa, o tempo passa devagar. Um tipo enrola um cigarro. Vamos para um pequeno mundo de menos de 5000 habitantes com uma noção de tempo muito diferente dos lugares grandes e da pressa dos meios urbanos.

Reconheço algumas caras, continuam com bom aspecto. Digo em tom de brincadeira que quem vive na Graciosa envelhece mais devagar. Encontro um casal com quem convivi que esclarece a minha curiosidade e dá-me as notícias de algumas pessoas.

Actualmente existem apenas duas turmas no quinto ano e duas no sexto, no meu tempo haviam seis só no quinto ano. Uma perda assustadora de população e de alunos em apenas dez anos. Neste barco caberia quase toda a população da ilha que espera receber muitos turistas para as festas que se iniciam no próximo dia 6 de Agosto.


Os garajaus voam rente à água, o azul do mar é muito intenso e o céu começa a abrir à medida que nos aproximamos. O clima é menos húmido do que nas outras ilhas devido às altitudes mais baixas. Há menos formação de nuvens junto aos cumes das montanhas e a exposição solar é maior.

Desembarcamos e olho para todos os lados a tentar reconhecer algumas caras. Mais tarde também me sentirei observado, a minha cara não é estranha para muita gente.


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