sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Serra Branca - Praia (PR1 da Graciosa)
















O PR1 da Graciosa é sempre a descer. Começa na estrada de acesso ao parque eólico e termina na freguesia da Praia. A caldeirinha é uma interminável chaminé vulcânica, nunca ninguém lhe descobriu o fundo, um vórtice até às entranhas da crusta terrestre onde animais e julga-se que pessoas desapareceram. Passo entre as pastagens com vacas e touros para cobrição. Não convém aproximar-me muito dos muros embora estejam vedados com um fio, electrificado espero.

Esta ilha é de espaços abertos, como as altitudes são baixas há sempre um horizonte de muita visibilidade a estender-se até ao mar. O vento sopra pelas encostas e tive sempre um zunido nos ouvidos. É a mais seca do arquipélago, a par de Santa Maria. Toda ela foi transformada pelo Homem, os serrados onde antigamente se cultivavam cereais são hoje pastagens para gado e junto ao mar construíram-se currais para abrigar as vinhas. Muitos estão abandonados. Há falta de pessoas e gradualmente as actividades tradicionais foram desaparecendo. Na zona das Pedras Brancas passo por terrenos abandonados e restos de muros de antigas casas invadidas pela vegetação, uma velha estrada rural até chegar ao lugar da Lagoa e depois termino no centro da Praia. Saberia bem dar um mergulho, mais uma vez as águas estão infestadas de águas vivas.

Dou um pequeno passeio pela vila que foi Concelho e é silêncio que existe.

Onde se meteram as pessoas?

O dia está agradável e ameno, sento-me num banco junto à igreja de São Mateus. Não passam carros, nem pessoas. Observo as casas e tudo parece fechado. A ilha é muito bonita e aconchegante no entanto incapaz de fixar gente. Os que passaram aqui gostaram mas foram-se embora. Quem aqui nasceu também não resistiu ao apelo do Canadá e dos estados Unidos. Este largo tão simpático com plátanos e banquinhos é propenso a estes pensamentos.

Termino a comprar queijadas na fábrica da Praia, um dos produtos de exportação da ilha. O Sr. Félix teve a amabilidade de abrir a porta e conduzir-nos numa visita fora de horas pela fábrica.

O clima dos açores é maravilhoso para a realização do pedestrianismo. As temperaturas nunca são excessivamente quentes, embora possa haver muita humidade que também desgasta, e nunca são baixas. O céu está muitas vezes encoberto, o que é óptimo, tem-se menos sede e as caminhadas são mais agradáveis. A probabilidade de chuva é sempre de considerar por isso andar com um impermeável na mochila é recomendado, mesmo no verão.















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