quarta-feira, 5 de outubro de 2011

As Cascatas do Rio Âncora

Cascata do Pincho, Rio Âncora















Esta caminhada foi organizada pelo Núcleo do Porto do  CAOS. Estiverem presentes quarenta e sete participantes e um cão. O encontro dos caminheiros foi no largo da Junta de freguesia de São Lourenço da Montaria, onde se iniciou a caminhada.

Apesar do nome do Clube,  o pessoal do CAOS (Círculo  de Actividades Oxigénio e Sol) foi tudo menos caótico. Metódicos, organizados, responsáveis. Dividindo os caminhantes em dois grupos, entre os que iriam almoçar depois da caminhada ou não; fazendo a chamada antes do início do percurso; contando frequentemente o número de participantes; explicando as regras da caminhada (sempre com um elemento do Clube à frente da fila e outro atrás); e indicando o tempo para as duas paragens principais, uma para lanche, outra para banho, tempo esse cumprido à risca. Senti-me como um cordeirinho bem comportado no meio do rebanho. Num troço do percurso passamos por um rebanho de ovelhas que do seu prado observaram com admiração este outro rebanho.

Percorreram-se trilhos de terra batida na Serra de Arga e ao longo do rio Âncora, que nasce nesta Serra. Em alguns troços o rio encontrava-se quase seco, sendo possível atravessá-lo a pé pelas rochas. Num dos locais existe uma ponte Celta.
No início do percurso, houve um pequeno desvio para observar os soutos e apanhar castanhas. Fez-se a primeira paragem na capela de São Mamede para um lanche reforçado e depois seguimos por um caminho de terra batida, recentemente aplainado, o que causou o levantamento de muito pó. Uma da partes mais bonitas foi a passagem na ponte medieval de Tourim, sobre o Rio Âncora.
Na última parte do percurso realizou-se uma paragem na cascata do Pincho para um mergulho. O tempo muito quente e seco foi apelativo para um banho na água fria e límpida do rio. Alguma malta nova já se encontrava deitada nas rochas em  banhos de sol, com a chegada súbita de quarenta e sete potenciais banhistas (mais um cão) o espaço ficou bastante mais lotado.

Ao ver estes lugarejos pequenos perdidos na serra de Arga, quase sem ninguém, fico com a noção da emigração e da razia por que estão a passar estas aldeias e campos. Os muitos Eucaliptais que se vêem no caminho e ao longo da auto-estrada, as SCUT pagas, estão a atrofiar o país. É com essa sensação que fico. O “ Verde Minho”, o “ O Minho Bucólico” é cada vez menos verde e mais alcatrão, eucaliptos, aldeias despovoadas e campos abandonados.
Aqui perto fica Romarigães, freguesia do Concelho vizinho de Ponte de Lima. Aquilino Ribeiro andou por aqui e escreveu um livro inspirado neste lugar chamado A Casa Grande de Romarigães. Talvez seja uma boa leitura (não li o livro) para saber como se vivia por estas bandas no tempo dos nossos avós.

Regressamos finalmente ao ponto de partida, terminando o percurso com o almoço - confraternização entre alguns participantes.

No regresso a casa “fomos às bolas” ao centro de Viana do Castelo. Paramos na Pastelaria Natário para comprar as suas famosas (que eu nunca tinha ouvido falar) Bolas de Berlim. Uma fila enorme de pessoas encontrava-se na rua à espera de ser atendida. Ao fim de meia hora de espera e depois de algumas desistências ouvimos dizer que já não haviam mais bolas. Parece que são frequentes estas situações. Pessoas desesperadas salivando por umas Bolas de Berlim da Natário, aguentando minutos intermináveis numa fila só para comprar esta iguaria.
Desistimos e regressamos ao Porto. Não foi desta vez que fiquei a conhecer as famosas Bolas de Berlim da Pastelaria Natário. Também não foi a primeira vez que os meus companheiros regressaram a casa tristes e desiludidos, sem conseguirem comprar esta delícia. Estou mesmo com curiosidade  para provar estas bolas. Fazer fila à porta de uma pastelaria num bonito dia de feriado, quente e solarengo,  quando se podia estar na praia ou a fazer outra coisa qualquer, é porque das duas uma: as pessoas gostam de sofrer ou então as Bolas de Berlim da Pastelaria  Natário devem ser MESMO MUITO BOAS!!!

























Capela de São Mamede


Fila à entrada da confeitaria Natário, Viana do Castelo