sábado, 31 de julho de 2010

Regresso à Praia da Vitória


Regresso aos Açores quatro anos depois. Estou marcado pelo tempo que aqui vivi e pelos amigos que cá estão. Venho cheio de expectativas, há muitos sítios para rever, locais importantes que me trazem recordações, e alguns amigos para para reencontrar e conviver.  Este arquipélago singular, Português, a duas horas do Porto mas ao mesmo tempo tão distante. Os preços dos voos para destinos Europeus são mais baratos. Em média 350€ por pessoa para vir aos Açores, só a viagem. Só mesmo quem tem uma ligação muito forte aos Açores pode arranjar argumentos para visitar o arquipélago e a sorte de ter amigos em algumas ilhas com casa para receber.
Estamos a ser tratados principescamente, sinto-me muito bem. O primeiro dia não defraudou as expectativas, uma caminhada, praia, bicicleta e amigos prestáveis que tudo têm feito para nos sentirmos em casa.

Foi preciso regressar aos Açores para voltar a andar de bicicleta. No continente não há ambiência que me motive a isso. Aqui há atmosfera, estradas boas e mais seguras, paisagem variada, fresca e o mar sempre por perto.

Saí do continente com o cheiro do fumo dos incêndios e temperaturas infernais de perto de 40º e encontrei a frescura de temperaturas a rondar os 25º, água do mar amena e céu encoberto a ameaçar alguma chuva (Já senti alguns pingos). Nos Açores é assim, mesmo no Verão. O que não invalida a excelência deste destino, longe da confusão, com qualidade, sossego, culturalmente rico e com tradições únicas.


Ao longo destes dias pretendo fazer algumas caminhadas nas ilhas do grupo central e fazer o ex-libris do montanhismo em Portugal, subir o Pico. O ponto mais alto do território Português com 2350 metros de altitude.

Hoje fiz uma pequena caminhada pela serra do facho, desde a Praia da Vitória passando pelo Juncal, Base americana, Santa Rita, estrada do Facho e regresso ao centro da Praia, para teminar com um belisimo mergulho nas águas tépidas dos Açores. Um dia sem vento, tranquilo, sossegado e sem águas vivas e caravelas Portuguesas. Animais da família das alforrecas que têm infestado estas águas e impedem as pessoas de tomar banho no mar, estes bichos dão umas picadas urticantes deixando queimaduras muito dolorosas na pele.

Para já ficam algumas fotos desta pequena caminhada ao redor da Praia da Vitória


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Dunas de São Jacinto
















A Reserva Natural das Dunas de São Jacinto é tutelada pelo Instituto Nacional de Conservação da Natureza e Biodiversidade. Situa-se entre o Oceano Atlântico e a Ria de Aveiro. Os ventos dominantes transportaram areias que se foram depositando e isolando a ria do mar. A vegetação rasteira começou a desenvolver-se virada para o mar, predominando os chorões e as camarinheiras. No interior da duna, mais abrigado, desenvolveu-se uma vegetação de maior porte, sendo as árvores mais comuns os Choupos Negros, Amieiros, Salgueiros Anões e Pinheiros bravos e mansos.

Existe um percurso Interpretativo sinalizado com a cor vermelha e outros mais curtos sinalizados com as cores azul, verde e amarela. Estes últimos são variações e atalhos do vermelho. Realizei este por ser o mais comprido (8Km) e completo podendo observar todos os locais interessantes da reserva, a praia e os dois lagos.

Tinha a esperança de nesta época ver muitas camarinhas e sentir a fragrância inconfundível do seu aroma. Apenas na zona marítima, mais exposta ao sol, as camarinheiras estavam com fruto, algumas tinham bagas com um aspecto bem suculento. No interior mais sombrio talvez demorem mais algumas semanas a frutificar. Quando estão no auge da frutificação o aroma espalha-se e perfuma as dunas, misturando-se com o vento e o cheiro do mar. O mês de Agosto talvez seja o mais interessante para sentir este fenómeno.

O percurso é circular, está bem definido: ora em terra batida, ora em areia ou numa mistura dos dois;  com muita caruma e pinhas dispersas pelo chão. È fácil e senti-me sempre confortável e aconchegado debaixo da temperatura amena e do abrigo da sombra.

Para mais informações técnicas e detalhes, seguir este link.







Cardo-maritimo




Camarinhas


quarta-feira, 21 de julho de 2010

Nas escarpas da Mizarela




Foi uma súbida muito difícil a que fiz desde o moinho da Ribeira até à parede de escalada perto de cabaços.  Parei várias vezes para descansar e beber água e fui andando devagarinho  com  o coração a bater forte. Há tempos que não fazia uma caminhada tão puxada, estou desabituado e ressenti-me.

Este PR é desgastante devido ao grande declive que tem. Primeiro desci até ao leito do rio Caima, por um caminho estreito e irregular que contorna a frecha da Mizarela, com alguns toros de madeira atravessados e muita rocha. Foi necessário recorrer às  mãos para me apoiar e descer com mais segurança em algumas partes. A subida foi o que disse:  muito difícil e desgastante, debaixo do sol quente de fim de tarde  e apoiando-me por vezes nas cordas metálicas presas à rocha. Um detalhe que demonstra o cuidado que este pessoal de Arouca tem na preservação e manutenção dos seus caminhos pedestres.

Arouca está a investir fortemente nas suas potencialidades naturais, diria que o concelho é precursor neste tipo de desenvolvimento, sustentado.  Um exemplo que, felizmente, começou a ser seguido por outros. São apostas do município, o Geoparque, com fins lúdicos e pedagógicos, as paredes de escalada, os vários percursos pedestres de pequena rota e um de grande rota, os troços de rio para canyoning e descida de rápidos, os circuitos de BTT. Aliados à divulgação do  património histórico e cultural há ainda o convento de Arouca, o mais importante do concelho, a doçaria conventual tradicional, as inúmeras capelinhas e alminhas dispersas pelas aldeias e serras, que evidenciam a religiosidade e a devoção dos antepassados.   Enfim, um concelho com um rico património histórico e natural que  que vale a pena conhecer.

Junto ao parque de campismo do Merujal iniciam-se três percursos pedestres: o PR7, PR15 e PR16.   Uma alternativa muito interessante para quem desejar passar um período de férias em contacto ativo com a natureza e conhecer aldeias serranas.   A uma distância de 15 minutos a pé fica o parque de merendas de Albergaria da Serra com a sua pequena praia fluvial, também uma opção para  banhos de sol e rio. 

No fim do percurso dei um mergulho na praia fluvial para descomprimir os músculos de tão desgastante caminhada. A água  exposta ao sol desde a manhã encontrava-se àquela hora a uma temperatura muito agradável. O Rio Caima encontra-se nesta zona num estado selvagem e puro. 

Sobre o percurso: São comuns os castanheiros junto ao rio e, na descida, entre o miradouro da cascata e o moinho da Ribeira, a vegetação é muito  frondosa. Antes de Cabaços, devido aos incêndios, a vegetação torna-se mais rarefeita e com pouca sombra.  Antes da estrada municipal, que liga Albergaria ao Merujal, há uma frondoso coberto de pinheiros bravos, entre os típicos rochedos de granito.
A Frecha (cascata)da Mizarela é uma das mais altas da Europa, com mais de 60 metros de altura.
Este PR7 de Arouca está bem sinalizado, tem 8 Km, dificuldade média/ elevada e pode ser percorrido em aproximadamente três horas.Para mais informações, clicar aqui

São Pedro do Monte
Miradouro da Frecha da Mizarela
Aldeia da Ribeira, pertencente à freguesia de Albergaria da Serra



Ponte sobre a Cascata da Ribeira da Castanheira
Rio Caima
Cordas de apoio aos pedestrianistas
Praia fluvial de Albergaria da Serra (rio Caima)



segunda-feira, 12 de julho de 2010

Trilho do Águeda














O PR 6 de Águeda tem uma variante, o PR6.1 que passa pelo centro da cidade. Realizei apenas a  que segue ao longo do rio Águeda até Souto do Rio e regressa pela outra margem de novo à Praça 1º de Maio, onde iniciei o percurso.

Até Souto do Rio o caminho segue entre campos de milho e a margem do rio. Aí atravessa-se uma ponte suspensa bastante instável para o parque de merendas, a lembrar o filme do Indiana Jones e o Templo Perdido.  O regresso é realizado maioritariamente em estrada alcatroada, passando ao  lado do Palácio da Borralha, classificado como Imóvel de Interesse Público. Foi uma casa senhorial do século dezoito que esteve abandonada e recentemente recuperada como unidade hoteleira de luxo.

Esta variante do PR6 tem 5 km, bastante sombra, está bem sinalizada e é fácil. Ideal para quem está pouco habituado a caminhar e com alguma emoção - a travessia da ponte suspensa. Não aconselhável a pesos superiores a 400Kg, façam contas ao vosso peso e atravessem-na um de cada vez.

O Município de Águeda é mais um dos municípios do país a potenciar os seus recursos naturais através da criação de Percursos Pedestres, neste momento existem 6 no concelho e brevemente será inaugurado um novo trilho.

Para mais detalhes sobre este percurso e outros do Concelho de Águeda, clique aqui.

Uma instável travessia do rio Águeda junto ao parque de merendas de Souto
Palácio da Borralha
Rio Águeda