domingo, 4 de abril de 2010

Segunda Etapa: Villafranca del Bierzo - O Cebreiro

Distância: 30, 5 Km














Cruzo-me várias vezes com José, pouco falamos um com o outro, excepto dizer as convencionais expressões de “Holla”, “Buen Camino”, “Gracias”, “Hasta logo”.


Nos últimos quilómetros a etapa endurece bastante. Começa a subida para o Cebreiro: neve, vento frio de frente, muita lama e água no caminho. Novamente cruzo-me com José e digo-lhe:

- Merecemos um bom albergue quando chegarmos.

- …e de um bom vinho – responde ele.

Com esta frase  José subitamente tornou-se-me muito mais familiar e próximo, deixou de parecer um estranho. Descobri-lhe um ponto em comum muito forte comigo, apreciador de vinhos.


Chego derreado ao albergue, todo encharcado e enlameado. Lavo alguma roupa à mão, contudo há apenas uma secadora que demora um tempo interminável a secar. Começa-se a formar uma fila de peregrinos. Ocupa-se o tempo conversando uns com os outros.


José lava roupa a meu lado e sugiro:

- Vamos beber um bom vinho mais logo.

- Parece-me muito bem – disse ele.


Lamenta a minha profissão de professor.

-Em Espanha é terrível, os professores simplesmente não têm nenhuma autoridade. Penso que Espanha tem o pior sistema educativo Europeu.

- Curioso, penso como tu em relação ao sistema Português.

José é Andaluz, vive e trabalha numa agência de seguros em Madrid, junto à Puerta del Sol.

No dia seguinte cada um seguirá o seu caminho separadamente.

No dormitório do albergue identifico as seguintes nacionalidades: Espanhola, Japonesa, Americana, Alemã, Francesa e Italiana. Sou o único Português.



 

 
Porta do PerdãoVillafranca Del Bierzo. De acordo com a tradição, qualquer peregrino que por motivos de força maior não pudesse continuar até Santiago tinha a absolvição nesta porta.








À saida do albergue de Villafranca del Bierzo




Peregrinos no início de mais uma etapa
                             

Antes de iniciar a subida para o Cebreiro, Vega de Valcarce

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