quinta-feira, 26 de maio de 2011

Perdido em Seoul














Deambulo sozinho muito tempo.  Apanho o metro e venho para o Centro onde começo a calcorrear as principais atracções e bairros. Visito os principais palácios de seoul e perco-me na zona mais tradicional de Bukchon, local com  muitas casas tradicionais hanok,  pequenos museus, galerias de arte e de artesanato. No Museu de Arte Asiática observo biombos, porcelanas, textos religiosos, mantras Tibetanos, objectos Chineses e Coreanos com mais de mil anos. Descalço as sapatilhas para entrar num dos pavilhões onde três Coreanos pintam leques  tradicionais.
Descalçar os sapatos é uma tradição tipicamente Oriental. É muito confortável e relaxante, os soalhos são em madeira e aquecidos por baixo. As casas tradicionais Coreanas possuem este sistema, chamado Ondol.  As camas são esteiras muito finas e os sapatos  deixados na entrada. 

Observo o Render da Guarda num dos palácios de Seoul, uma recriação feita para turistas dos velhos rituais que existiam quando o país era governado por reis. Um dos mais importantes foi Sejong. No século quinze, Sejong resolveu atribuir às mulheres 30 dias de licença de maternidade antes do parto e cem dias após  e aos pais trinta dias de licença após o nascimento do bebé.
Visito um Festival de Chá Coreano. Senhoras vestidas de forma tradicional, sentadas em mantas, servem chá e conversam com grupos sentados de frente para elas. Parecem conselheiras, falam e dão sugestões aos convidados. Não entendo o que dizem, contudo a postura e a atitude de respeito que os grupos demonstram ao ouvi-las, denota  um ritual de convivio e de fruição do chá.
Estou com sede e peço um chá, não mo servem. Um tipo simpático que fala Inglês com fluência, diz que se tratam de amostras não comercializáveis. Sinto uma barreira cultural dificil de ultrapassar. Sou um estranho, quero provar o chá, conhecer o ritual, participar nele mas sou  impedido. Mesmo tentando perco a vontade de insistir. Mais uma vez sinto que não pertenço aqui, sou o único Ocidental a deambular neste jardim e saio.

Subo a dois morros de Seoul. Num deles fica a torre de telecomunicações, no outro um templo Xamanista. De acordo com os guias, o mais importante da cidade. Destruído pelos Japoneses e reconstruído noutro local diferente uns anos mais tarde. Tenho dificuladades em encontrar o acesso a este último local. Ando com um livro na mão com o nome escrito em Coreano para mostrar às pessoas. Não falam Inglês, dão a entender que não sabem onde fica ou recusam  perceber o que pretendo, gesticulando para me desviar. Novamente sinto-me estranho. Apetece-me voltar para o centro da cidade, onde aí pelo menos há mais estrangeiros e não estranham tanto quando um deles lhes pede ajuda. Encontro sózinho o acesso ao templo, nada de especial. Tem a arquitectura idêntica aos que já vi. As vistas, no entanto, são surpreendentes. Vale a pena subir a estes oásis de verdura e sossego dentro da cidade para observar partes da urbe gigantesca que é Seoul.

Encontro-me neste momento no bairro mais cosmopolita e multicultural da cidade, Itaewoon. Existe um base militar Americana e à volta dela desenvolveram-se lojas de comércio variado, muitas com imitações de marcas de roupa a preços bastante mais acessíveis, restaurantes típicos e internacionais. Igrejas Cristãs, a única mesquita de Seoul, Muçulmanos a vender artigos de couro nas esquinas, Africanos, Europeus, Asiáticos de outras partes. Vendedores  a impingir relógios e outros artigos aos transeuntes, bares, moteis, o distrito da luz vermelha.


Bairro de Bukchon , Seoul














Palácio Deoksogung, Seoul






























Sem comentários: