terça-feira, 5 de agosto de 2025

Fajã da Caldeira do Santo Cristo

Descemos devagarinho por uma estrada íngreme, em segunda, os travões a cheirar a queimado. Estradas medonhas, repletas de perigos - alguns evitáveis,  conduzindo com muita precaução - e outros, inevitáveis, provocados por deslizamentos de rochas que causam acidentes graves e aleatórios. Lá em baixo, a Fajã dos Vimes, o único ponto do território português - talvez da Europa - onde se produz café. O senhor Nunes produz, torra, mói e vende o seu proprio café. Uma das várias produções familiares da fajã. Bebemos chávenas, reconfortantes e leves. Compramos um pacote de 5O g - acabado de moer e de ser empacotado - como recordação. 10€!! Excessivamente caro, só o compramos porque não voltaremos tão cedo à Fajã dos Vimes. 

A Fajã da Caldeira de Santo Cristo é a rainha das fajãs. A caminhada desde os Cubres, ida e volta, demora três horas, nas calmas. O velho e estreito trilho na encosta da montanha foi repisado e alargado para permitir a passagem de moto4. Cruzámo-nos com algumas motos4 que transportavam turistas idosos - o ar tóxico do cano de escape entra-nos pelas narinas - e com outros, a pé. Após estes breves encontros,  ficamos novamente a sós, usufruindo o esplendor paisagístico do cenário grandioso que nos envolve. O recorte da pequena ilha Graciosa distingue-se rodeado de nuvens brancas e reflexos espelhados do céu e do mar, duas colinas suspensas pairando etéreas no horizonte azul.
















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