sábado, 7 de junho de 2014

Amesterdão: Red Light District


Amesterdão foi inicialmente um dique (DAM) construído sobre o rio Amstel (AMSTELDAM), para evitar o avanço do mar.
A praça Dam é o ponto mais central da cidade, está ligada à estação central pela Damrak. Uma artéria muito movimentada, com circulação constante de milhares de peões, ciclistas e elétricos sempre a chegar e a partir.
No início da Damrak fica o museu do sexo. Possui várias representações de imagens pornográficas ao longo dos tempos e das culturas, estátuas, bronzes, as primeiras fotografias de sexo explícito que surgiram na Europa.
O museu diverte mais do que choca.
Em redor da Dam ficam alguns dos monumentos mais importantes de Amesterdão: o Palácio Real, a NIEWKERK (Igreja nova) e a OUDEKERK (igreja velha), por ser a mais antiga da cidade. Foi construída mesmo no coração da cidade medieval, quando Amesterdão era pouco mais que um porto de pescadores e começava a dar os primeiros passos como entreposto comercial, no início do século XIV. Inicialmente foi uma igreja católica e depois tornou-se protestante, quando a Holanda se tornou independente da Espanha. A igreja fica situada no coração do bairro vermelho, DE WALLEN, como é conhecido na Holanda.
Pode parecer estranho que um dos monumentos religiosos mais importantes e o mais antigo de amesterdão esteja rodeado pelas praticantes da mais velha profissão do mundo, mas há uma razão muito natural para isso. Era aqui que os marinheiros vinham rezar quando chegavam ou embarcavam para outros cantos do mundo. Como ficavam muitas semanas sem mulher foi com naturalidade que a prostituição começou a florescer na zona.
Saio do silêncio da igreja para o bulício das ruas, uma prostituta chama por mim, entreabrindo a porta:” Do you wanna comme in?”. O contraste não podia ser maior, um local de culto religioso rodeado de prostitutas, sexshops, casas de espetáculo com peepshows e sexo ao vivo, coffeeshops a tresandar a erva.
É possível que exista alguma marginalidade associada ao bairro vermelho, devido ao consumo de droga e à prostituição. O proxenetismo é ilegal e o consumo de drogas leves só é permitido nos coffeeshops, até uma determinada quantidade (5g). Está tudo muito bem controlado pelas autoridades.
O Red Light District é muito aprazível e charmoso, talvez o local mais fascinante de Amesterdão. As crianças caminham de mãos dadas com os pais, brincam e saltam felizes à corda nas ruas adjacentes. As mamãs transportam o carrinho de bebé. Mulheres muçulmanas com a cabeça tapada passam com o marido em frente das montras onde se exibem as prostitutas. Milhares de turistas, homens e mulheres, novos e velhos, circulam diariamente nestas ruas. Há pequenas mercearias, escritórios, hóteis.
Contudo, o que mais me surpreendeu foram os urinóis públicos. Ao contrário dos nossos, estes são ao ar livre. Junto dos canais, ao lado dos cafés e lojas repletas de turistas. Eu não queria acreditar que eram urinóis até ter visto um fulano a urinar entre os turistas que passavam e ter sentido o cheiro intenso da urina.Nunca pensei que esta prática, geralmente tão recatada e íntima, pudesse estar assim tão exposta numa cidade do norte da europa.
Quando eu era miúdo era comum ver os homens a urinar contra os muros, mas mesmo nas aldeias este hábito passou a ser bastante mais discreto.

Amesterdão é inclassificável.
Museu do sexo

Oudekerk


A Dam, com o Palácio Real em evidência. do lado direito, a Niewkerk

Urinol. De Wallen

Museu da Prostituição

Coffeeshop

Oudezijds Achterburgwal

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