sábado, 7 de novembro de 2009

Percurso de Salreu















Podia chamar o Reino das Cegonhas ao título desta entrada. Ficava bonito. Estas aves vêem-se a planar sobre os terrenos encharcados da Ria e dentro dos ninhos pousados nos postes de electricidade e das chaminés mais altas.

O Percurso de Salreu tem 8 km de comprimento, é totalmente plano e parte integrante da Ria de Aveiro. A entidade que o promove é a BIORIA.

Tem a vantagem de estar a apenas30 minutos de Espinho e a 60 do centro do Porto em comboio suburbano da linha de Aveiro. O preço do bilhete de ida e volta Espinho – Salreu é de 3, 60 €.

A partir do apeadeiro de Salreu são apenas 10 minutos até ao início do percurso junto do Centro de Interpretação Ambiental. Depois da sair estação vira-se à esquerda e segue-se por uma pequena estrada local até um cruzamento que tem a indicação do percurso. Continua-se, a partir daí , até atravessar o viaduto sobre a linha-férrea. O Centro de Interpretação, um pequeno edifício rectangular avermelhado, fica do outro lado.

Verifico que existem outros percursos da BIORIA nas proximidades, os do Bocage, Rio Jardim e Rio Antuã e fico agradado com mais esta possibilidade para futuras caminhadas.

O trajecto é fácil, demora três horas e está muitíssimo bem sinalizado. Existem painéis interpretativos em vários pontos, bancos e espaços para merendar.
Transcrevo partes do primeiro painel sobre a origem da ria de Aveiro:

“…esta é na realidade uma laguna costeira resultante da acção conjunta de ventos e correntes marítimas. Desta acção surgiram dois cabedelos arenosos: um que parte do cabo Mondego para Norte e outro que se estende de Espinho em direcção a Sul. A configuração destes extensos cordões arenosos ter-se-á iniciado no século X e demorado nove séculos a adquirir a configuração actual. Inicialmente o mar atingia localidades como Aveiro, Estarreja e Murtosa e submergia outras como Ovar e Mira.
Esta área foi desde cedo explorada pelo Homem que, atraído pelos seus enormes recursos naturais aí se fixou. Como resultado desta relação, a área adquiriu um inegável valor cultural e económico, tornando-se detentora de uma biodiversidade ímpar.”

Nesta altura do ano as cores são mais sombrias mas de uma grande beleza quando se olham os canaviais ressequidos e as margens lamacentas do rio Antuã e da Ribeira de Salreu.
Ao longo de percurso ouve-se o restolhar das ervas batidas pelo vento, os sons de diferentes espécies de aves e o coaxar das rãs.
É um trajecto propício à observação de aves e aconselham-se uns binóculos a quem estiver mais interessado no assunto.


Tabua-larga (planta comestível)

Rio Antuã
Velho cais abandonado

Comporta para os arrozais


Ponto de apoio


Ribeira de Salreu




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