quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tapada de Mafra


Existe desde 1747 por ordem do Rei D. João V que, no seguimento de construção do Palácio-Convento de Mafra, quis ter um local para refúgio da corte e abastecimento de lenha.
São mais de 11 000 hectares, a maior extensão de terreno murado em Portugal, tutelados, em parte, pelo Ministério da Agricultura para o aproveitamento dos diversos recursos da tapada.
Um deles é a caça que teve a sua época áurea nos reinados dos Reis D. Luís e D. Carlos. Outros são os percursos pedestres temáticos, os passeios em BTT, a cavalo, em charrette, foto-orientação, visitas em comboio articulado e turismo de habitação.
Existem 3 percursos pedestres sinalizados por cores: verde, amarelo e azul. Os primeiros com 7,5 km de extensão e o último com 4 Km.
Escolhi o percurso verde, centrado na fauna. Observei gamos e javalis a deambular livremente junto da recepção, as expectativas eram por isso elevadas para ver muitos outros animais.
O caminho está bem delineado por um estradão em terra batida e sinalizado com setas verdes numeradas de 1 a 21. A cada número corresponde uma explicação no guia do percurso.
Desloco-me sem observar os animais, vejo vestígios, excrementos e pegadas de gamo. Uma ave de rapina plana sobre o vale e ouço um ruído vindo dos arbustos. É um gamo que se camufla na vegetação.
Passo no cercado dos lobos e não os vejo, circundo-o silenciosamente e nada. Tento esmiuçar todos os recantos possíveis, existe uma zona mais densa no meio. Deve ser ali que fazem as tocas e estão escondidos.
No cercado ao lado estão veados, estes sim, bem visíveis. Distinguem-se dos gamos pela maior corpulência e penugem menos sarapintada.
Próximo do estradão vejo finalmente um conjunto de gamos e javalis. Aproximo-me. Pela primeira vez estou muito próximo de javalis em liberdade.
Qual será a reacção deles à minha aproximação?
Os gamos são os primeiros a pressentir-me e afastam-se, os javalis continuam a focinhar no mato. São fêmeas com crias. Decido não aproximar-me mais e manter-me a uma distância de segurança. As mães com crias podem ser perigosas. Tiro uma fotografia.

Um incêndio devastou a tapada em 2003 e muitas áreas estão a ser reflorestadas com espécies autóctones. A única que sobreviveu em grande número ao incêndio foi o sobreiro que resiste ao fogo por causa da cortiça.

O caminho é agradável, absolutamente seguro, com sombra e acessível. Está sempre bem delimitado e com explicações através dos vários painéis.

Para mais informações sobre a Tapada, o contacto da portaria é o número 261 814 240 e o website http://www.tapadademafra.pt/

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