segunda-feira, 1 de agosto de 2022

Monumentalidade Romana

 

Monumento a Vítor Emanuel II

Roma tem sempre mais qualquer coisa que comove e surpreende quando menos se espera. No Giardino del Quirinale vi uma imponente estátua equestre. A minha curiosidade fez-me aproximar e querer saber que personagem mereceu, literalmente, tamanha distinção e consideração. Foi o rei da Sardenha e Piemonte, Carlo Alberto, o "nosso" Carlos Alberto, que dá nome a uma famosa, e formosa, praça portuense. Evocado no museu romântico da Quinta da Macieirinha, com ligações familiares à pequena capelinha Luterana no palácio de Cristal. Depois da derrota das tropas italianas na batalha de Novara contra os austríacos, foi forçado à rendição e ao exílio. Escolheu a cidade do Porto, onde morreu tuberculoso poucos meses depois, longe da pátria amada, amargurado e vencido. 

Os italianos homenagearam o seu papel precursor na criação do moderno país, distinguindo-o com o merecido e vistoso monumento, simbolicamente colocado no Quirinale, próximo da presidência italiana, o corolário  da unidade nacional. 

Mas não tão vistoso como o dedicado ao neto, Vítor Emanuel II, o primeiro rei do Risorgimento. O monumento tem menos de 200 anos, foi construído numa zona onde já existiam outras grandiosas e imponentes obras do império romano, o Foro e a Coluna de Trajano, o teatro de Marcello, o Campidoglio, o Palazzo Veneza. A concorrência era feroz, parecia impossível  construir algo que se destacasse entre obras tão grandiloquentes. O "pai" da pátria tinha que ter um monumento à altura dos rivais. Os italianos de fins do séc. XIX não foram nada modestos, conseguiram a proeza de construir um monumento que se destacou entre outros colossos. O conjunto arquitetónico em redor da piazza Venezia é porventura o mais impactante de uma cidade na qual não faltam enquadramentos opulentos.

As igrejas de Roma pela sua riqueza artística e monumentalidade merecem uma visita à parte. Nas poucas que entrei, não tão conhecidas e visitadas como muitos outros lugares, surgem motivos de deslumbramento e surpresa. Os frescos de Andrea Pozzo, vistos ao espelho na chiesa di Ghesu, de Santo Ignacio de Loyola, onde está a sua tumba. A basílica de San Marco com colunas de mármore vermelho e a tumba do papa Bento XV. Os Duome, cúpulas, que imitam o Parthenon e a catedral de São Pedro, embora mais humildes comparados com os modelos originais, continuam a ter uma escala impressionante. 

Estátua equestre de Carlos Alberto 

Outros monumentos comuns nas ruas de Roma primam pelo bom gosto e airosidade dos adereços que usam, realçando as suas qualidades naturais com os tecidos, peças e cores da época. Ambulam livremente pela cidade, dando-lhe um toque muito próprio de sofisticação e beleza. 

Também impressionam.

Palazzo delle Quirinale, sede da Presidência Italiana 

O efeito óptico das abóbadas projetadas no espelho. 


A piazza Venezia 

Coluna de Trajano



Mercado no Campo dei Fiori 

Duomo da Chiesa di Ghesu 











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