Almoço no restaurante "O Maia", no magnífico morro do Sameiro, sobranceiro a Braga. Comemos a especialidade da casa, o "Bacalhau com natas". Não desiludiu: suave, saboroso, sem espinhas. A sala antiga, de pé-direito alto, faz-nos sentir que estamos num lugar clássico, com história.
Local de visita obrigatória. Nem que seja apenas para tirar umas selfies, tendo como fundo o logo e o santuário do Sameiro, como se vê na fotografia. Ou mirar a cidade e as serranias que a envolvem, estendendo-se pelo horizonte até ao Gerês. Num sítio destes fica-se com vontade de reler Camilo, as suas "Novelas do Minho", "A Bruxa do Monte Córdoba", "A Brasileira de Prazins" e tantos outros, que têm como cenário dos enredos estas magníficas paisagens. E quer-se conhecer mais a fundo as suas gentes e tradições centenárias.
Descendo para Braga, paramos noutro santuário ali ao lado, outro ex-libris da cidade, o Bom Jesus do Monte. Uma oportunidade para subir a escadaria, apanhar o funicular, passear pelos jardins, sentir a alegria das pessoas e dos muitos emigrantes que estão de passagem pela terra. Ver como do Minho continua a partir tão boa gente. Relembrando novamente Camilo: no século XIX eram os "Brasileiros de torna viagem" - hoje são os "Franceses" e os "Suíços", que se distinguem pelas matrículas e pelo seu Francês muito peculiar.
Já em Braga não deixo de me surpreender com o dinamismo e juventude que se vê nas ruas da parte velha, as esplanadas cheias, o comércio, as várias igrejas de estilo barroco, as relíquias e ruínas históricas anteriores à nacionalidade. Uma cidade que de facto que cresceu muito e se tornou cosmopolita, ponto de encontro de turistas Espanhóis e Portugueses, centro de turismo religioso, pólo de atração e investigação com a sua universidade e centro ibérico de nanotecnologia.
Optamos por regressar ao Porto pela velha EN 14, que atravessa sedes importantes de concelho desta região do Douro e Minho: Famalicão, Trofa, Maia, observando esta malha urbana, intrincadamente ligada por laços históricos e culturais muito fortes.
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