A pacatez do centro da vila surpreende-me por estar tão próxima de Lisboa. Do pelourinho partem ruelas pedonais calcetadas com calcário, dali chegando-se aos restaurantes, a pequenas mercearias e lojas, à praça da câmara municipal com as agências bancárias, à estação dos correios e a outros serviços. Duas estátuas homenageiam os filhos da terra: o rei D. Manuel I, o Venturoso; e o padre Cruz, que o povo considerou santo. Há pouca gente a circular. A frente ribeirinha tem vista para Lisboa e a ponte Vasco da Gama - é como estar numa aldeia tranquila, onde nada falta, com vista privilegiada para a cidade.
O espelho de água do rio Tejo parece um lago, ou o mar sem ondas - “o mar da palha". Tem zonas tão baixas que é possível caminhar dentro de água a muita distância das margens. Vi ao longe pontos negros que depois percebi serem pescadores com fatos térmicos, procurando um marisco qualquer no lodo.
Uma luz tremenda reflete-se no rio e na cal branca das paredes. O calor é seco. Sente-se o Alentejo.
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