sábado, 7 de agosto de 2021

Santa Tecla

 


“Aqui viveram mais de 3000 pessoas”, diz o painel interpretativo no Castro de Santa Tecla. É interessante imaginar como seria viver aqui. Claro que é uma imaginação muito distorcida por dois mil anos de distância, por uma história, vida e perspetivas totalmente diferentes de quem vive no século XXI. Se não fosse o castro e as várias relíquias arqueológicas que foram desenterradas na abertura da estrada há cem anos, este seria o spot perfeito para um hotel e condomínio de luxo, com vistas desafogadas sobre o mar e o rio Minho. Será que os seus habitantes tinham consciência do spot em que viviam? Será que recebiam visitas que lhes diziam:

- Uau!!! Este sítio onde vives é maravilhoso!!!

Sabe-se que o local tinha uma função defensiva e de vigilância, que os barcos Fenícios, Cartagineses e Romanos subiam a costa e comerciavam mercadorias com os povos do noroeste peninsular – há uma ânfora de azeite no museu arqueológico -. Os colares de contas coloridas, os moldes de barro para trabalhar o ferro fundido, a urna de cerâmica em forma de jarro, indicam uma sociedade que revelava  complexidade e sofisticação – as mulheres gostavam de se aperaltar, eram usadas ferramentas de ferro e, provavelmente, os mortos eram incinerados. Mais tarde, com a ocupação e a influência Romana, começaram-se a fazer sepulturas e a construir estelas funerárias.

Cá fora, o quiosque vende souvenirs com símbolos celtas, padrões geométricos formando suásticas, lembrando que estes povos eram indo-europeus e que existiu uma cultura anterior à cristianização, que posteriormente adotou muita simbologia pagã – basta ver as cruzes que ladeiam o caminho do calvário.







Sem comentários: