quinta-feira, 5 de junho de 2014

Holanda


Véspera de partir para Amesterdão. Nos últimos dias tenho lido muito sobre a Holanda e Amesterdão em particular. Pesquisei curiosidades na net, encomendei o Lonely Planet Amsterdam, arranjei folhetos e guias de amigos que já lá estiveram e mos emprestaram.
A Holanda fascina-me, como muitos outros países do mundo. A História de um pequeno território pantanoso que se tornou numa grande potência mercantil e económica no século XVII, conquistando ao mar pequenas parcelas que se transformaram em pólderes, com a ajuda dos moinhos e diques que foram sendo construídos. Depois também há todo o folclore associado ao pais, que é o que provavelmente as pessoas conhecem melhor, de tanto ouvir falar: as tulipas, os queijos e as tamancas.
Foi o país de acolhimento de Judeus sefarditas que fugiram da inquisição na península Ibérica. É com algum lamento que muitos portugueses associam o início da nossa decadência com este período de intolerância religiosa que se instalou e com ele a fuga de pessoas cultas e de capitais. Para a Holanda, pelo contrário, foi o início do seu período mais glorioso. A tolerância religiosa que se vivia no país permitiu o acolhimento de uma grande diversidade de indivíduos, muitos com ligações bancárias e conhecimentos internacionais que contribuíram para a prosperidade económica da nova nação.

A Holanda tornou-se um modelo para muitos outros países e país de exílio de muitas figuras europeias. O Czar Russo, Pedro, o Grande, viveu na Holanda para aprender as mais modernas tecnologias da época e aplicá-las na modernização do seu país. Foi com muitos destes conhecimentos que fundou a cidade de São Petersburgo.

Portugal, pelo contrário, devido ao clima de intolerância tornou-se um feudo de pequenos poderes cada vez mais poderosos que aniquilaram a liberdade e a prosperidade da nação. A Igreja, a grande nobreza. A Holanda prosperou com a contribuição dos mercadores, cidadãos comuns que pelo seu empreendedorismo enriqueceram a si e o seu país.

A Holanda teve de aprender a ser um país tolerante e aceitar a convivência de católicos e protestantes. Enquanto a Europa guerreava por motivos religiosos, este pequeno país concluiu que não valia a pena tanta destruição. Era melhor aceitar as diferenças que existiam dentro do seu território.

Comprei o livro “Com os Holandeses” de José Rentes de Carvalho, um meu conterrâneo que por motivos políticos (tal como muitos outros portugueses fizeram 400 anos antes) saiu de Portugal. Foi parar a Amsterdão depois de ter vivido noutros países. O livro é o resultado de 50 anos de convivência com o povo Holandês. Vai ser a minha leitura nos próximos dias.




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