Véspera
de partir para Amesterdão. Nos últimos dias tenho lido muito sobre a
Holanda e Amesterdão em particular. Pesquisei curiosidades na net,
encomendei o Lonely Planet Amsterdam, arranjei folhetos e guias de
amigos que já lá estiveram e mos emprestaram.
A Holanda
fascina-me, como muitos outros países do mundo. A História de um
pequeno território pantanoso que se tornou numa grande potência
mercantil e económica no século XVII, conquistando ao mar pequenas
parcelas que se transformaram em pólderes, com a ajuda dos moinhos e
diques que foram sendo construídos. Depois também há todo o
folclore associado ao pais, que é o que provavelmente as pessoas
conhecem melhor, de tanto ouvir falar: as tulipas, os queijos e as
tamancas.
Foi o
país de acolhimento de Judeus sefarditas que fugiram da inquisição
na península Ibérica. É com algum lamento que muitos portugueses
associam o início da nossa decadência com este período de
intolerância religiosa que se instalou e com ele a fuga de pessoas
cultas e de capitais. Para a Holanda, pelo contrário, foi o início
do seu período mais glorioso. A tolerância religiosa que se vivia no
país permitiu o acolhimento de uma grande diversidade de indivíduos,
muitos com ligações bancárias e conhecimentos internacionais que
contribuíram para a prosperidade económica da nova nação.
A Holanda
tornou-se um modelo para muitos outros países e país de exílio de
muitas figuras europeias. O Czar Russo, Pedro, o Grande, viveu na
Holanda para aprender as mais modernas tecnologias da época e
aplicá-las na modernização do seu país. Foi com muitos destes
conhecimentos que fundou a cidade de São Petersburgo.
Portugal,
pelo contrário, devido ao clima de intolerância tornou-se um feudo
de pequenos poderes cada vez mais poderosos que aniquilaram a
liberdade e a prosperidade da nação. A Igreja, a grande nobreza. A
Holanda prosperou com a contribuição dos mercadores, cidadãos
comuns que pelo seu empreendedorismo enriqueceram a si e o seu país.
A Holanda
teve de aprender a ser um país tolerante e aceitar a convivência de
católicos e protestantes. Enquanto a Europa guerreava por motivos
religiosos, este pequeno país concluiu que não valia a pena tanta
destruição. Era melhor aceitar as diferenças que existiam dentro
do seu território.
Comprei o
livro “Com os Holandeses” de José Rentes de Carvalho, um meu
conterrâneo que por motivos políticos (tal como muitos outros
portugueses fizeram 400 anos antes) saiu de Portugal. Foi parar a
Amsterdão depois de ter vivido noutros países. O livro é o
resultado de 50 anos de convivência com o povo Holandês. Vai ser a
minha leitura nos próximos dias.
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