Li algures que antes
da 2º guerra mundial a sociedade Holandesa estava dividida em 4
pilares: marxista, liberal, católico e protestante, sendo os 4
totalmente independentes. Todas as instituições estavam
organizadas dentro destes pilares.
Cito novamente J.
Rentes de Carvalho, no livro Com os Holandeses:
Zuil, significa
coluna, pilar e segundo um dicionário de Neerlandês: “cada um dos
grupos em que o povo holandês se divide a si próprio, segundo as
diferenças de religião ou as maneiras de encarar a vida.”. Cada
Zuil possui associações específicas para quase todos os ramos de
atividade, desde o ensino à televisão, desde o desporto às viagens
organizadas.
Os
“pilares” são preponderantes na sociedade holandesa.
O que observo é uma
sociedade multicultural. Como se integrarão estes holandeses de
outras origens nesta sociedade tão compartimentada?
Conheci um casal de
holandeses, “típicos”: reformados, na casa dos 70, simpáticos,
bons conversadores. Vinham de férias a Portugal. Vivem perto de
Haia.
“- Devia ter ido a
Haia. É mais “Holandesa”. Amesterdão tem muitos estrangeiros,
não é a verdadeira Holanda” - Disseram-me eles.
“ - Isso é bom ou é
mau, ter muitos estrangeiros?” -Perguntei eu.
“- Depende. Se vierem
para trabalhar não há problema. Mas há muitos que recebem
subsídios e não fazem nada”. Depois usaram metáforas. “- Na Holanda também têm que comer batatas como os holandeses, não podem
comer só arroz. E o problema é que só comem arroz.”
Qualquer miúdo numa
caixa de supermercado falava Inglês com naturalidade quando se
apercebia que eu não era holandês, muçulmanos com lenço na
cabeça, negros, todos “novos” holandeses.
Como é que este país
consegue gerir esta multiculturalidade? Há integração ou não?
Os holandeses têm um
contacto mais permanente com outras culturas o que para mim é
enriquecedor. Poderão ser ou não um povo “fechado”, mas são
mais cosmopolitas se quiserem, não só porque têm uma maior
diversidade cultural dentro do país, como também viajam bastante
mais do que nós. Também têm mais dinheiro para isso.
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