Amesterdão foi
inicialmente um dique (DAM) construído sobre o rio Amstel
(AMSTELDAM), para evitar o avanço do mar.
A praça Dam é o ponto
mais central da cidade, está ligada à estação central pela
Damrak. Uma artéria muito movimentada, com circulação constante de
milhares de peões, ciclistas e elétricos sempre a chegar e a
partir.
No início da Damrak
fica o museu do sexo. Possui várias representações de imagens
pornográficas ao longo dos tempos e das culturas, estátuas,
bronzes, as primeiras fotografias de sexo explícito que surgiram na
Europa.
O museu diverte mais do
que choca.
Em redor da Dam ficam
alguns dos monumentos mais importantes de Amesterdão: o Palácio
Real, a NIEWKERK (Igreja nova) e a OUDEKERK (igreja velha), por ser a
mais antiga da cidade. Foi construída mesmo no coração da cidade
medieval, quando Amesterdão era pouco mais que um porto de pescadores
e começava a dar os primeiros passos como entreposto comercial, no
início do século XIV. Inicialmente foi uma igreja católica e
depois tornou-se protestante, quando a Holanda se tornou independente
da Espanha. A igreja fica situada no coração do bairro vermelho, DE
WALLEN, como é conhecido na Holanda.
Pode parecer estranho
que um dos monumentos religiosos mais importantes e o mais antigo de
amesterdão esteja rodeado pelas praticantes da mais velha profissão
do mundo, mas há uma razão muito natural para isso. Era aqui que os
marinheiros vinham rezar quando chegavam ou embarcavam para outros
cantos do mundo. Como ficavam muitas semanas sem mulher foi com
naturalidade que a prostituição começou a florescer na zona.
Saio do silêncio da
igreja para o bulício das ruas, uma prostituta chama por mim,
entreabrindo a porta:” Do you wanna comme in?”. O contraste não
podia ser maior, um local de culto religioso rodeado de prostitutas,
sexshops, casas de espetáculo com peepshows e sexo ao vivo,
coffeeshops a tresandar a erva.
É possível que exista
alguma marginalidade associada ao bairro vermelho, devido ao consumo
de droga e à prostituição. O proxenetismo é ilegal e o consumo de
drogas leves só é permitido nos coffeeshops, até uma determinada
quantidade (5g). Está tudo muito bem controlado pelas autoridades.
O Red Light District é
muito aprazível e charmoso, talvez o local mais fascinante de
Amesterdão. As crianças caminham de mãos dadas com os pais, brincam
e saltam felizes à corda nas ruas adjacentes. As mamãs transportam
o carrinho de bebé. Mulheres muçulmanas com a cabeça tapada
passam com o marido em frente das montras onde se exibem as
prostitutas. Milhares de turistas, homens e mulheres, novos e velhos,
circulam diariamente nestas ruas. Há pequenas mercearias,
escritórios, hóteis.
Contudo, o que mais me
surpreendeu foram os urinóis públicos. Ao contrário dos nossos,
estes são ao ar livre. Junto dos canais, ao lado dos cafés e lojas
repletas de turistas. Eu não queria acreditar que eram urinóis até
ter visto um fulano a urinar entre os turistas que passavam e ter
sentido o cheiro intenso da urina.Nunca pensei que esta prática,
geralmente tão recatada e íntima, pudesse estar assim tão exposta
numa cidade do norte da europa.
Quando eu era miúdo
era comum ver os homens a urinar contra os muros, mas mesmo nas
aldeias este hábito passou a ser bastante mais discreto.
Amesterdão é
inclassificável.
Museu do sexo |
Oudekerk |
A Dam, com o Palácio Real em evidência. do lado direito, a Niewkerk |
Urinol. De Wallen |
Museu da Prostituição |
Coffeeshop |
Oudezijds Achterburgwal |
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