domingo, 8 de junho de 2014

De Bicicleta por Amesterdão

Finalmente alugo uma bicicleta. No Domingo há menos trânsito, para quem não tem experiência de andar a pedalar dentro de cidades, talvez seja este o melhor dia de todos para experimentar. Rapidamente ganhei confiança e passei a sentir-me um verdadeiro Holandês. Surpreendeu-me a sensação de liberdade, julguei que por ter de andar com mais este objeto atrelado a mim teria menos autonomia de movimentos. Pelo contrário, a bicicleta deu-me a possibilidade de ir a locais mais distantes e o prazer de pedalar sem destino. Com as bicicletas vem incluído um cadeado e duas chaves, uma para fechar o cadeado e outra para prender a roda. Quando quis, prendi a bicicleta a um poste e deambulei a pé. Amesterdão conhece-se facilmente a pé, de bicicleta então transforma-se numa aldeia.
Na Dam cruzo-me com um grupo de chineses das Falun Gong. Lembro-me das notícias há uns anos atrás quando o grupo foi perseguido e proibido na China. Em Amesterdão recolhem assinaturas contra o governo chinês e divulgam a sua filosofia.
Para mais informações sobre o movimento: www.fofg.org e www.faluninfo.net.
Próximo da Dam fica o Begijnhof, um recanto muito tranquilo no coração da cidade e o Museu Histórico de Amesterdão que conta a história da cidade desde a sua fundação,  no início do século XIII, até hoje. Vários aspetos da história da cidade são apresentados. Embora não seja um dos ex-libris de Amesterdão, vale muito a pena ser visitado.
A Sinagoga Portuguesa, dois quilómetros para oriente na zona do Plantage, já estava encerrada. Fiquei cá fora a descansar um pouco e ao meu lado sentam-se três fulanas que acabam de sair da sinagoga. São Portuguesas. Conversamos. Depois outras três fulanas passam à nossa frente com um mapa de amesterdão na mão e pedem uma informação. Também são Portuguesas. De repente juntam-se 7 turistas portugueses em frente da sinagoga construída por portugueses. O grupo muito rapidamente se desfez, bastou uma delas dizer: “Temos que ir”, para os outros de repente também ficarem com coisas para fazer e se dispersarem.
Depois, sigo muito calmamente a pedalar feliz da vida, sentindo-me um autêntico amestardãosense, quando vejo uns tipos com uma câmara de filmar e outros, que eu julgava pertencerem ao mesmo grupo, que me pedem para parar. Um deles faz-me muito delicadamente a seguinte pergunta, em Inglês:
“- Estamos a fazer umas filmagens e precisamos de uma bicicleta como a sua. Será que nos pode emprestar a bicicleta, só por 5 minutos?”. E eu, anjinho, e com um sorriso nos lábios por poder ser útil, disse:
“-Claro que sim, empresto.”
Os tipos até tinham bom aspeto, bem falantes, vinte e tal anos. Eu ainda sem perceber nada, a ficar cada vez mais cercado pelo grupo, um deles a por as mãos na bicicleta, a começar a acaricia-la.
Eu a desculpar-me ainda por cima:
“- Aluguei a bicicleta, ela tem a placa com o nome do hotel, não sei se isso faz alguma diferença ...”.
Foi então que reparei no outro grupo, não tinha nada a ver com este. Estava ali por acaso com uma Câmara de filmar, alheado do que se estava a passar. Subitamente percebi tudo, saí de repente do meio deles e pedalei para longe dali. Estive em vias de ser assaltado e ficar sem a bicicleta.
A minha bicicleta

Begijnhof. Foi uma espécie de convento, habitado do por mulheres que não que queriam ser freiras mas que viviam como elas (voluntariamente). Hoje as casas são alugadas apenas a mulheres. Um local muito tranquilo no centro da cidade. 

No Begijnhof fica a casa mais antiga de Amesterdão. Esta. Ano 1465.
Museu Histórico de Amesterdão

Estacionamento junto da estação central. Onde está a minha bicicleta?

Ainda bem que a deixei noutro sítio.



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