A Serra
do Caramulo alberga uma das últimas relíquias da floresta de
Laurissilva no continente Europeu, o loendro.
O
isolamento geográfico fez com que as populações de diferentes
locais do país designassem esta planta com nomes
diferentes, “Adelfeira” ou ”Adelfa” são os nomes usados na
serra de Monchique, na serra do Caramulo usam-se os termos “loendro”
ou “loendreira”.
O nome
vulgar, “loendro”, também designa uma planta, muito comum em
auto-estradas e jardins, o Nerium oleander. Contudo, bastante
diferente, tanto na distribuição em território nacional como no
aspeto.
Esta
subespécie do Rhododendron ponticum é endémica do oeste da
Península Ibérica, devido às alterações climáticas do
quaternário que reduziram a sua distribuição a núcleos muito
restritos nas serras do Caramulo, Monchique e do Sul de Espanha. Em
Portugal, a maior mancha deste rododendro encontra-se na reserva de
Cambarinho, motivo pelo qual esta zona da Serra do Caramulo foi
transformada em Reserva Botânica no ano de 1971.
A Reserva
Botânica de Cambarinho situa-se junto à povoação do mesmo nome,
na freguesia de Campia, concelho de Vouzela.
Apesar de
estar vulnerável na sua área de origem, é uma espécie que noutras
regiões da Europa, mais a norte, se tornou invasora.
Nos meses
de Maio e Junho observam-se os exemplares na sua máxima floração,
proporcionando aos visitantes a oportunidade única de ver os
“loendros” em flor no seu habitat natural, integrados no ambiente
paisagístico da serra do Caramulo.
Nas encostas limítrofes da reserva as populações locais mantêm
hábitos que pouco se alteraram ao longo dos tempos, moldando e
transformando a paisagem, adaptando-a às necessidades de
sobrevivência, criando pomares, lameiros, campos agrícolas e uma
arquitectura tradicional em que o granito é o elemento
preponderante.
Sem comentários:
Enviar um comentário