Romance poético sobre uma
personagem que sofre de anorexia nervosa e esquizofrenia. A “vegetariana” não
deixa apenas de comer carne, deixa de se alimentar. Quer ser como as árvores,
bebendo água, agarrando-se ao solo para lhe crescerem raízes a partir das mãos. Só aceita fazer amor com o corpo pintado
de flores.
A família não sabe como lidar com
a situação, não está preparada para aceitar alguém que muda de hábitos tão
drasticamente. Há um certo conservadorismo. Algo comum à sociedade coreana: viver
formatado de acordo com as normas culturais do país, tendo comportamentos
altamente rígidos e estruturados, de que é exemplo a irmã da vegetariana. O esforço para controlar a sua vida causa-lhe um desgaste precoce, no limiar do
esgotamento. Uma personagem vivendo em tensão permanente, funcionando como um
espelho da sociedade, numa crítica ao formalismo social e à rigidez mental. Ao mesmo tempo, o romance serve de apelo à capacidade de evasão e à
tolerância para com quem sofre de problemas psiquiátricos.
História tensa, repleta de
imagens fortes e intensas, descrevendo situações bizarras, violentas, colocando
a nu as fragilidades humanas, a solidão, o medo, o vazio.
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