terça-feira, 31 de dezembro de 2024

A Vegetariana

 


Romance poético sobre uma personagem que sofre de anorexia nervosa e esquizofrenia. A “vegetariana” não deixa apenas de comer carne, deixa de se alimentar. Quer ser como as árvores, bebendo água, agarrando-se ao solo para lhe crescerem raízes a partir das  mãos. Só aceita fazer amor com o corpo pintado de flores.

A família não sabe como lidar com a situação, não está preparada para aceitar alguém que muda de hábitos tão drasticamente. Há um certo conservadorismo. Algo comum à sociedade coreana: viver formatado de acordo com as normas culturais do país, tendo comportamentos altamente rígidos e estruturados, de que é exemplo a irmã da vegetariana. O  esforço para controlar a sua vida  causa-lhe um desgaste precoce, no limiar do esgotamento. Uma personagem vivendo em tensão permanente, funcionando como um espelho da sociedade, numa crítica ao formalismo social e à rigidez mental.  Ao mesmo  tempo, o romance  serve de apelo à capacidade de evasão e à tolerância para com quem sofre de problemas psiquiátricos.

História tensa, repleta de imagens fortes e intensas, descrevendo situações bizarras, violentas, colocando a nu as fragilidades humanas, a solidão, o medo, o vazio.

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