A energia eólica dá dinheiro aos donos dos terrenos. Uma bênção para muitos. Costumam aparecer ambientalistas, geralmente gente urbana que não conhece a vida árdua do campo, contra a instalação dos parques. Pessoal cosmopolita pensando pelos outros, julgando que partilham as mesmas vontades e ideias que eles. Defendem a preservação da natureza, a paisagem e a integridade territorial. A riqueza vem pelo turismo sustentável.
Podia estar a acontecer connosco, numa das nossas aldeias. Assistimos como se fizéssemos parte do enredo, observando o simpático casal de Franceses que abandonou a vida no seu país a atirou-se de alma e coração a uma nova vida na aldeola galega, perdida nas montanhas. Local que os apaixonou e que o terão conhecido fazendo o caminho de Santiago – a certa altura veem-se peregrinos de mochila às costas calcorreando a floresta. Detalhe irrelevante. O importante é que chegam cheios de vontade, pondo mãos à obra, recuperando estábulos e pardieiros, trabalhando a terra, cultivando alimentos, vendendo no mercado local.
A chegada gera um conflito entre dois modos de ser, perspectivas de vida e anseios antagónicos, mostrando o lado polido e educado do ser humano e os seus instintos mais sombrios e violentos. A maldade do mundo bem explicada pelos olhos das “bestas” até se torna compreensível. O Homem é capaz, consoante o ambiente em que cresce, do melhor e do pior. As duas facetas através de uma história, interpretações e ambientes absolutamente realistas.
Convincente e tenso do princípio ao fim. Dos melhores que vi nos últimos meses.
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