A descrição deste percurso
pedestre sinalizado nos Açores, encontra-se aqui, no excelente site dos Azores Trails. É uma pequena rota circular, de fácil realização e curta
distância, 4 Km.
Realizei o percurso no sentido
inverso ao descrito no referido sítio. Comecei no parque de estacionamento que
dá acesso ao morro do Castelo Branco, aproximei-me do morro, regressei para
trás e virei à esquerda, seguindo os prados do lado direito, o mar do lado
esquerdo e vendo ao fundo os cones vulcânicos da península do capelo, até
chegar à estrada regional. Passei o império e segui pela estrada alcatroada e
esburacada em direção ao mar e ao local inicial da caminhada.
O morro do Castelo Branco é um
espaço de interesse ecológico elevado, é uma área quase totalmente livre de
espécies invasoras e onde se tentam recuperar espécies em vias de extinção e
endémicas dos açores, como é o caso da Myosotis
marítima (Não-me-esqueças) e da Myosotis
azorica, da qual restam apenas 50 indivíduos na ilha das flores.
Myosotis maritima (Não-me-esqueças) |
Myosotis azorica (Não-me-esqueças) As duas fotos anteriores foram retiradas do sitehttp://siaram.azores.gov.pt/flora |
Não é
possível aceder ao morro, trata-se de um rochedo íngreme e escarpado, ligado à
parte continental por um estreito istmo que todos os anos sofre a erosão do
mar. Podemos-nos aproximar apenas e palmilhar do alto das falésias a costa que o circunda.
Esta é a parte mais interessante
do percurso, talvez pela variedade de espécies e pelo esforço em recuperá-las. As belezas naturais surpreendem-nos a cada
passo, está-se sempre a tirar fotografias e o topo da ilha do pico torna o
enquadramento paisagístico ainda mais grandioso e espetacular.
A restante parte do trajeto é bem
mais corriqueira, atravessa prados de erva alta onde por vezes são bem visíveis
os restos orgânicos das vacas que pastam nos campos adjacentes, separadas apenas
por cercas de arame. A vaca Frísia Holstein, a vulgar vaquinha preta com
manchas brancas, vai sendo gradualmente substituída por outras raças. Os subsídios
aos produtores de leite estão a terminar e estes estão a substituir esta raça
leiteira por outras com mais aptidão para carne. Surgiram com alguma frequência nuvens de
mosquitos, imensos gafanhotos e tubos com veneno para desratização, além de
dois ou três frigoríficos abandonados e outros usados criativamente como pias
de água para as vacas.
Resumindo: vale a pena aproximarmo-nos do morro do Castelo Branco e deambular pelos trilhos bem marcados, com cuidado, sem
arrancar plantas. Inadvertidamente pode-se
estar a contribuir para o desaparecimento de uma espécie endémica. O restante
trajeto é apenas um passeio pelos prados até à estrada regional, nada de
especial num local onde não faltam prados e zonas verdes. Com algum risco até, na
parte do percurso junto à falésia apenas um inofensivo arame a separa do
trilho. As cores de PR nesta zona estão a necessitar de remarcação.
Os transportes públicos poderão ser uma boa opção para viajar dentro da ilha, os horários estão aqui.
Os horários do mini-bus da horta também estão aqui.
Os transportes públicos poderão ser uma boa opção para viajar dentro da ilha, os horários estão aqui.
Os horários do mini-bus da horta também estão aqui.
Rumo ao morro |
A costa do Capelo, vista do morro. |
É por estas assim que temos que parar muitas vezes. |
Mais outro enquadramento do caraças. |
Os arames que não protegem ninguém da falésia. |
A parte mais monótona do trajeto, prados! (e uma banheira) |
Frigoríficos transformados em bebedouros. Não sei se hei-de considerar isto um horror ou se ficar contente com o desenrascanço criativo dado aos eletrodomésticos velhos. |
Não podiam faltar ao retrato, claro. |
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