domingo, 29 de outubro de 2017

Rumo ao Morro de Castelo Branco (PRC5 FAIAL)



A descrição deste percurso pedestre sinalizado nos Açores, encontra-se aqui, no excelente site dos Azores Trails.  É uma  pequena rota  circular, de fácil realização e curta distância, 4 Km.
Realizei o percurso no sentido inverso ao descrito no referido sítio. Comecei no parque de estacionamento que dá acesso ao morro do Castelo Branco, aproximei-me do morro, regressei para trás e virei à esquerda, seguindo os prados do lado direito, o mar do lado esquerdo e vendo ao fundo os cones vulcânicos da península do capelo, até chegar à estrada regional. Passei o império e segui pela estrada alcatroada e esburacada em direção ao mar e ao local inicial da caminhada.
O morro do Castelo Branco é um espaço de interesse ecológico elevado, é uma área quase totalmente livre de espécies invasoras e onde se tentam recuperar espécies em vias de extinção e endémicas dos açores, como é o caso da Myosotis marítima (Não-me-esqueças) e da Myosotis azorica, da qual restam apenas 50 indivíduos na ilha das flores. 
Myosotis maritima (Não-me-esqueças)

Myosotis azorica  (Não-me-esqueças)
As duas fotos anteriores foram retiradas do sitehttp://siaram.azores.gov.pt/flora

Não é possível aceder ao morro, trata-se de um rochedo íngreme e escarpado, ligado à parte continental por um estreito istmo que todos os anos sofre a erosão do mar. Podemos-nos aproximar apenas e palmilhar do alto das falésias a costa que o circunda.
Esta é a parte mais interessante do percurso, talvez pela variedade de espécies e pelo esforço em recuperá-las.  As belezas naturais surpreendem-nos a cada passo, está-se sempre a tirar fotografias e o topo da ilha do pico torna o enquadramento paisagístico ainda mais grandioso e espetacular.

A restante parte do trajeto é bem mais corriqueira, atravessa prados de erva alta onde por vezes são bem visíveis os restos orgânicos das vacas que pastam nos campos adjacentes, separadas apenas por cercas de arame. A vaca Frísia Holstein, a vulgar vaquinha preta com manchas brancas, vai sendo gradualmente substituída por outras raças. Os subsídios aos produtores de leite estão a terminar e estes estão a substituir esta raça leiteira por outras com mais aptidão para carne.  Surgiram com alguma frequência nuvens de mosquitos, imensos gafanhotos e tubos com veneno para desratização, além de dois ou três frigoríficos abandonados e outros usados criativamente como pias de água para as vacas.
Resumindo:  vale a pena aproximarmo-nos do morro do Castelo Branco e deambular pelos trilhos bem marcados, com cuidado, sem arrancar plantas.  Inadvertidamente pode-se estar a contribuir para o desaparecimento de uma espécie endémica. O restante trajeto é apenas um passeio pelos prados até à estrada regional, nada de especial num local onde não faltam prados e zonas verdes. Com algum risco até, na parte do percurso junto à falésia apenas um inofensivo arame a separa do trilho. As cores de PR nesta zona estão a necessitar de remarcação.
Os transportes públicos poderão ser uma boa opção para viajar dentro da ilha, os horários estão aqui.
Os horários do mini-bus da horta também estão aqui.
Rumo ao morro




A costa do Capelo, vista do morro.

É por estas assim que temos que parar muitas vezes. 

Mais outro enquadramento do caraças.

Os arames que não protegem ninguém da falésia.

A parte mais monótona do trajeto, prados! (e uma banheira)

Frigoríficos transformados em bebedouros. Não sei se hei-de considerar isto um horror ou se ficar contente com o desenrascanço criativo dado aos eletrodomésticos velhos. 


Não podiam faltar ao retrato, claro. 

Sem comentários: