O idoso sozinho sobre a
ponte do rio Cértima, na estrada que liga Murta a Oliveira do Bairro. O que faz
ali observando a translucidez da água, o
fundo arenoso do leito baixo, as cegonhas voando rasantes aos arrozais
irrigados pelas águas do rio?
Esporadicamente passa um carro na estrada estreita e alcatroada, interrompendo
a quietude do local.
Entretém-se a ver as enguias enfiarem-se na areia e os lavagantes de pinças retráteis em riste, em autodefesa.
Fala dos arrozais. Cada lote é
explorado por uma empresa diferente, cultivados com tratores que semeiam e mondam mecanicamente. O
painel mais à frente informa que a
cultura foi introduzida na península ibérica
pelos muçulmanos no século XII.
Um bando de minúsculos bicos-de-lacre pressente a nossa aproximação e subitamente levanta voo
dos arbustos.
O trajeto circular de 6,9 km desvia-se da estrada municipal, decorre quase sempre em estradões planos, de terra batida, ao longo das margens do Cértima, por terrenos alagados, pejados de tabuas e caniços. Na aproximação à igreja da Murta, onde começa e termina, voltam a aparecer casas dispersas com quintais, terrenos agrícolas e matas abandonadas. Bem delimitado, sinalizado, com sombra q.b. e painéis interpretativos em alguns pontos. Fácil, bonito e agradável.
O Link do percurso está aqui: PR1– OLB (Rota das Cegonhas)
Próximo de Oliveira do Bairro fica o restaurante Pompeu dos Frangos, já escrevi sobre ele neste BLOG. Excelente local para comer. A especialidade é o “Arroz de miúdos”, prato antigo que mantém o sabor tradicional e caseiro. Provei a sobremesa de “Arroz doce do Baixo Mondego”, achei uma forma interessante de valorizar a cultura local colocando no nome do prato a origem do produto.
Tabuas. |
Sobremesa de “Arroz doce do Baixo Mondego” |
Bicos-de-lacre, Wikipedia |
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