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Monte Brasil |
Consultei os horários dos autocarros da EVT (Empresa de Viação Terceirense) e tive uma surpresa: há autocarros de hora a hora, entre Angra e Praia. Aos fins de semana, embora menos frequentes, também os há com regularidade. Outra surpresa: a paragem dos autocarros tem um motor de pesquisa e um painel eletrónico com os horários.
Gosto de viajar de autocarro e de sentir o pulsar das localidades. É um meio de transporte muito democrático, uma oportunidade para observar confortavelmente o movimento das terreolas que atravessa e os seus passageiros.
O Autocarro levou-me da Praia à Praça Velha, em Angra, passando pelas freguesias do Cabo da Praia, Fonte do Bastardo, São Sebastião, Porto Judeu, Feteira e Ribeirinha. Cinquenta minutos de viagem pela estrada regional, com o mar sempre perto, o ilhéu das Cabras e por fim o Monte Brasil, um pouco encoberto por uma núvem de chuva.
Da Praça Velha, em pleno centro histórico de Angra do Heroísmo, desci ao Pátio da alfândega pela Rua Direita e segui até ao parque do Relvão, onde começa este percurso de pequena rota.
O tempo dos Açores é maravilhoso para caminhar.
O céu encoberto e a temperatura constante são físicamente mais suportáveis do que o calor ou o frio intenso. Levei um impermeável que não usei, a chuva ligeira foi-me refrescando em alguns troços do caminho.
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Praça Velha |
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Igreja da Conceição, no pátio da Alfândega |
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Início do percurso no parque do Relvão |
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Posto semafórico |
O percurso tem subidas íngremes, é cansativo e exige alguma preparação física. Está encostado a Angra do Heroísmo, é facilmente acessível a partir do centro da cidade; paigisticamente diversificado, rico em vegetação, com pontos de interesse histórico e cultural. Destaco os bosques de faias, que cobrem algumas partes do trilho, as panorâmicas sobre o ilhéu das Cabras, Angra, São Mateus e o cheiro do funcho no forte da Quebrada.
Na vigia da baleia observei o mar com atenção na expectativa de ver passar algum cetáceo, só vi ondas e duas lanchas.
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Forte da Quebrada |
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São Mateus |
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Vigia da baleia |
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Angra do Heroísmo |
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Monumento a D. Afonso VI |
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Pico da Cruzinha |
O percurso está bem sinalizado. Terminei no pico da Cruzinha e regressei ao centro de Angra, ao serrado do Bailão.
Fiz 8 km em duas horas e meia, a andar bem.
Cruzei-me com outros pedestrianistas, a maioria estrangeiros. No Monte Brasil, estão a alargar e a melhorar os estradões de terra batida. Muitos pontos do percurso podem ser acedidos de carro. Algumas carrinhas e carros alugados passaram por mim. Imagino que daqui a alguns meses haverão mais excursões a descarregar turistas diretamente nos miradouros. O sossego desaparecerá. A Terceira será mais um spot turístico com ligações a muitas cidades europeias e a massificação descaracterizará a ilha. Não falta muito.
Almocei no restaurante Quebramar em São Mateus. No menu, uma variedade de peixes do mar dos Açores, fresquinhos: abrótea, lírio, garoupa, juliana, cherne, espada, veja, bocanegra, imperador.
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Parque do Relvão e ilhéu das cabras |
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Forte de São João Baptista |
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Algumas variedades de peixe do mar dos Açores |
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