sábado, 26 de agosto de 2017

Caminhos do Xisto da Lousã: PR2 Rota das Aldeias do Xisto


O PR2 da Lousã é um percurso circular que liga o castelo à aldeia tradicional de xisto do Talasnal. Demos continuidade ao PR1, realizado ontem e descrito na entrada anterior deste blogue. Portanto, quando  iniciamos o trilho, tínhamos já 2 km nas pernas, correspondentes à caminhada efetuada desde o centro da vila da Lousã até ao castelo,  pelo PR1.
Começamos o PR2 junto às placas de sinalização na capela do senhor dos Aflitos. Seguimos em direção à central hidroelétrica da Ermida por um trilho de terra batida, largo e um pouco poeirento, para permitir a passagem de automóveis até à central. As vistas são muito interessantes, a partir de certa altura começam-se a ver o castelo e as ermidas abaixo de nós e as panorâmicas são muito abrangentes desta encosta da serra. É pena que esta parte esteja cheia de acácias, autênticas bombas relógio incendiárias. Na aproximação à central hidroelétrica começa-se a ouvir o ladrar de um cão feroz que guarda o edifício, felizmente está separado do caminho por uma grade, mesmo assim é um pouco melindroso.  Creio que também é neste local, ou muito próximo, que se encontra a escadaria de acesso à pequena ermida, visível durante uma parte significativa deste troço da caminhada. Mas não tentamos descobrir o acesso, o ladrar arrepiante do cão afugentou-nos.
A partir deste ponto o trilho torna-se bastante ingreme e estreito, é uma caminhada extenuante até ao Talasnal, exige algum esforço e preparação física. A vegetação torna-se mais variada e surgem as espécies mais comuns desta região, os carvalhos, sobreiros, castanheiros e medronheiros, que fazem a riqueza natural da serra e servem de base à muita doçaria e produtos típicos daqui. Começam a surgir pequenos muros de xisto e velhas paredes que ruíram, indícios que a aldeia está próxima e assim é, mais um pouco e estamos dentro da aldeia, a calcorrear as lajes de xisto. Tudo é de xisto. Muitas casas foram recuperadas e são alugadas. Há pequenas lojas de comércio e tascas que vendem muito artesanato e produtos típicos e indicações de trilhos até outras aldeias de xisto da serra: Chiqueiros, Casalnovo, Candal,...  Na casa da eira há um espetáculo de marionetas marcado para esta tarde. Informam-nos que  a aldeia já não tem habitantes permanentemente e que o melhor regresso é pelo PR4, assim fizemos. À saída viramos à esquerda e seguimos por um trilho estreito, frondoso e rodeado pelas espécies mais características e endémicas da serra, um deslumbramento. Em alguns pontos as vistas são muito desafogadas e começamos a ver a aldeia atrás de nós, alcantilada na encosta. Infelizmente, ao aproximarmo-nos do castelo estamos novamente rodeados de acácias. Chegamos a um crucifixo de pedra, já no perímetro do castelo e das ermidas, onde encontramos outros trilhos. Não sabemos qual é o correto, mas não há problema, a partir daqui é fácil, é só seguir um deles em direção ao castelo.
Depois entroncamos no PR1, não há nenhuma indicação na sinalização que este é o PR1, sabia porque fi-lo na véspera e a partir daqui seguimos até ao centro da Lousã.
O total dos dois trilhos tem uma distância de cerca de 10 km e 6 horas de caminhada, com muitas paragens.

Painel do trilho, junto à capela do senhor dos Aflitos

Início do trilho, estrada larga e poeirenta

As vistas desafogadas do castelo e da encosta norte da serra

O trilho após a central hiroelétrica da ermida, mais estreito, íngreme e bonito. Mas bastante mais cansativo.

Os muros de xisto vão-se tornando mais frequentes à medida que nos aproximamos da aldeia

É por este outro trilho  que faremos o regresso ao castelo, antes, porém, impõe-se a chegada e visita ao Talasnal

Aspetos do Talasnal, outros trilhos que podem ser feitos a partir da aldeia

A eira


A saída da aldeia por uma estrada de xisto em direção ao castelo

O Talasnal na encosta da serra

A ermida que dá nome à central hidroelétrica, agora do outro lado do trilho

Muitas acácias antes do castelo

O castelo e as ermidas lá em baixo

Sem comentários: