O PR2 da Lousã é um percurso
circular que liga o castelo à aldeia tradicional de xisto do Talasnal. Demos
continuidade ao PR1, realizado ontem e descrito na entrada anterior deste blogue.
Portanto, quando iniciamos o trilho, tínhamos
já 2 km nas pernas, correspondentes à caminhada efetuada desde o centro da vila
da Lousã até ao castelo, pelo PR1.
Começamos o PR2 junto às
placas de sinalização na capela do senhor dos Aflitos. Seguimos em direção à
central hidroelétrica da Ermida por um trilho de terra batida, largo e um pouco
poeirento, para permitir a passagem de automóveis até à central. As vistas são
muito interessantes, a partir de certa altura começam-se a ver o castelo e as
ermidas abaixo de nós e as panorâmicas são muito abrangentes desta encosta da
serra. É pena que esta parte esteja cheia de acácias, autênticas bombas relógio
incendiárias. Na aproximação à central hidroelétrica começa-se a ouvir o ladrar
de um cão feroz que guarda o edifício, felizmente está separado do caminho por
uma grade, mesmo assim é um pouco melindroso. Creio que também é neste local, ou muito
próximo, que se encontra a escadaria de acesso à pequena ermida, visível durante
uma parte significativa deste troço da caminhada. Mas não tentamos descobrir o
acesso, o ladrar arrepiante do cão afugentou-nos.
A partir deste ponto o trilho torna-se
bastante ingreme e estreito, é uma caminhada extenuante até ao Talasnal, exige
algum esforço e preparação física. A vegetação torna-se mais variada e surgem
as espécies mais comuns desta região, os carvalhos, sobreiros, castanheiros e
medronheiros, que fazem a riqueza natural da serra e servem de base à muita doçaria
e produtos típicos daqui. Começam a surgir pequenos muros de xisto e velhas
paredes que ruíram, indícios que a aldeia está próxima e assim é, mais um pouco
e estamos dentro da aldeia, a calcorrear as lajes de xisto. Tudo é de xisto.
Muitas casas foram recuperadas e são alugadas. Há pequenas lojas de comércio e
tascas que vendem muito artesanato e produtos típicos e indicações de trilhos até outras aldeias de xisto da serra: Chiqueiros, Casalnovo, Candal,... Na casa da eira há um espetáculo de
marionetas marcado para esta tarde. Informam-nos que a aldeia já não tem habitantes permanentemente e que o melhor regresso é pelo
PR4, assim fizemos. À saída viramos à esquerda e seguimos por um
trilho estreito, frondoso e rodeado pelas espécies mais características e
endémicas da serra, um deslumbramento. Em alguns pontos as vistas são muito
desafogadas e começamos a ver a aldeia atrás de nós, alcantilada na encosta. Infelizmente,
ao aproximarmo-nos do castelo estamos novamente rodeados de acácias. Chegamos a
um crucifixo de pedra, já no perímetro do castelo e das ermidas, onde
encontramos outros trilhos. Não sabemos qual é o correto, mas não há problema,
a partir daqui é fácil, é só seguir um deles em direção ao castelo.
Depois entroncamos no PR1, não há
nenhuma indicação na sinalização que este é o PR1, sabia porque fi-lo na
véspera e a partir daqui seguimos até ao centro da Lousã.
O total dos dois trilhos tem uma
distância de cerca de 10 km e 6 horas de caminhada, com muitas paragens.
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Painel do trilho, junto à capela do senhor dos Aflitos |
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Início do trilho, estrada larga e poeirenta |
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As vistas desafogadas do castelo e da encosta norte da serra |
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O trilho após a central hiroelétrica da ermida, mais estreito, íngreme e bonito. Mas bastante mais cansativo. |
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Os muros de xisto vão-se tornando mais frequentes à medida que nos aproximamos da aldeia |
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É por este outro trilho que faremos o regresso ao castelo, antes, porém, impõe-se a chegada e visita ao Talasnal |
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Aspetos do Talasnal, outros trilhos que podem ser feitos a partir da aldeia |
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A eira |
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A saída da aldeia por uma estrada de xisto em direção ao castelo |
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O Talasnal na encosta da serra |
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A ermida que dá nome à central hidroelétrica, agora do outro lado do trilho |
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Muitas acácias antes do castelo |
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O castelo e as ermidas lá em baixo |
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