"La Mujer Barbuda", de José Ribera. Quadro exposto na Casa de Pilatos, sevilla |
Numa tabacaria local adquirimos a tarjeta “Tussam”,
esta aqui - com Transbordo.
Pode ser recarregada em tabacarias e nas máquinas existentes
nas estações e apeadeiros. É válida na tranvia e nos autobuses.
Para um visitante é mais barato a tarjeta Sem Transbordo: aproximadamente 0, 65€ por viagem, contra os 0,76€ da tarjeta com transbordo.
Uma única tarjeta pode ser usada por todos os elementos do
grupo. Muito útil para viajar por sevilla em transportes
públicos.
Estacionamos o carro no parque do hotel e nunca
mais pegamos nele. Deslocamo-nos sempre a pé ou nos transportes públicos,
exceto no metro, para o qual é necessária outra tarjeta.
Cheira a bosta de cavalo, contudo as ruas pavimentadas estão
limpas. Várias carroças esperam pelos turistas.
A partir do Real Alcazar, numa
extremidade do casco histórico, começamos a deambular pela cidade. É
fácil perdermo-nos nos labirintos de ruas estreitas. Encontramos bares de tapas
a preços acessíveis e a partir deste dia as nossas refeições pagas no centro de
sevilla passaram a ser tapas. Nos bares dizemos: “Queremos tapear” - Espinacas com
garbanzos, Salmorejo, lechuga - a minha filha tem uma predileção especial pelas
tortillas de patatas - acompanhados pelo tinto de verano ou por vino blanco seco.
Muito calor, algumas torneiras de água potável dipersas pela
cidade ajudaram a tirar a sede. Hoje estiveram mais de 42º C. Surpreendeu-me a minha adaptação
ao calor, usei chapéu de aba larga, bebi sempre muita água e usei protetor. Senti-me
bem. O calor não é assim tão adverso, percebi a razão dos pátios com os
chafarizes de água a correr, as ruas muito estreitas para fazer mais
sombra. Os povos e culturas como a Árabe desenvolveram estratégias e arquiteturas
próprias para se protegeram das temperaturas inclementes do verão - imaginei-me
deitado à sombra, na hora de maior calor, ao lado de um chafariz de pétalas
perfumadas, a ouvir a água e a ler um livro. É nítida a influência árabe nos vários
edifícios históricos e palácios. Como se pode verificar nas seguintes fotos da Casa de Pilatos.
Mais tarde, após a reconquista cristã, a mesquita foi
transformada em catedral e ao minarete foi acrescentado um patamar para instalar
sinos – 16. É o conjunto da catedral e da Giralda. Torre que durante muitos
séculos foi a mais alta de sevilla, da qual se avista toda a cidade. Domina a cor
branca da cal das casas, nota-se claramente que é uma cidade do sul,
mediterrânica, de raiz árabe. Alguns terraços têm piscinas privativas.
Sevilla, numa fotografia tirada da Giralda. |
Outro local privilegiado para observar a cidade é “las
Setas”, alcunha dada pelos sevillanos ao edifício moderno, que devido à sua forma
extravagante faz lembrar cogumelos. No rés-do-chão tem loja de recuerdos e o Antiquarium,
onde funcionou na época romana uma fábrica de conservas de peixe.
Nos arredores de sevilla ficam as ruinas romanas de itálica e no centro da cidade a Alameda de Hércules. Vestígios romanos que atestam a sua riqueza, antiguidade e diversidade
histórica.
Com a descoberta da América, sevilla tornou-se o ponto de
entrada na europa da riqueza proveniente do novo mundo. Foi criado o arquivo
das Índias para registar as “importações” e a cidade tornou-se ainda mais
esplendorosa com o dinheiro que fluía.
O centro de sevilla é suficientemente grande para dissuadir
percorrê-lo totalmente a pé. Os autobuses são uma boa opção para as deslocações
aos locais mais afastados do centro, do outro lado do rio Guadalquivir. Ao mosteiro da cartuxa, por exemplo, onde está instalado o Centro Andaluz de Arte
Contemporânea – CAAC. Decorria a exposição de obras de vários artistas
contemporâneos. Destaco o Belga Jan Fabre, achei-o provocador, irónico com alguma
comicidade, mas também violento e doloroso: raspar a própria perna até fazer
sangue, comparando-a com as pernas de uma mesa, que também são polidas e raspadas.
Os cérebros, ou a simulação deles, dentro do respetivo boião
de vidro, das seguintes personalidades:
EINSTEIN – GERTRUDE STEIN – EISENSTEIN – FRANKENSTEIN.
Novamente, do outro lado do rio, visitamos diversas igrejas com a sua irmandade e santa padroeira -
a mais conhecida de todas, a basílica da virgem da Macarena – a virgem do amparo
e muitas outras. A igreja de São Salvador, onde está um imponente andor de
prata, de centenas de quilos. No cimo destes andores são transportadas as virgens (e santos?), na
semana santa. Deve ser um espetáculo impressionante ver centenas de homens a
transportar o andor nas costas, pelas
ruas da cidade. Os altares das virgens ofuscam os olhos com o brilho da prata e
do ouro. As santas são expressivas e solenes.
Não podia faltar o espetáculo de Flamenco. O nosso foi na
Casa de la Memória, onde se visita gratuitamente a exposição de castanholas
de várias regiões de espanha – estava exposto o brinquinho da ilha da Madeira
(feito com caricas de sumol) -, a história do Flamenco e dos seus
principais intérpretes. Um dos cartazes refere que na cidade portuguesa de
Braga eram frequentes, no século 17, danças de castanholas e a representação de
peças de autores espanhóis.
Real Alcazar de Sevilla |
Plaza de Espanã. Construida em 1929, para e exposição universal de sevilla |
Av. de la Constitucion |
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