Na estação de Campanhã entra o
mesmo indivíduo, com ar de arrumador de automóveis, com quem falei há uns meses
atrás, na única vez que transportei a bicicleta no metro. Volto a encontra-lo
nesta segunda vez. Encosta a bicicleta à minha e começa-me a explicar como é
que se deve fazer quando se anda com a bicicleta no metro.
Saio no mercado de Matosinhos e
pedalo até Labruge, Vila do Conde, sempre junto à costa. Às vezes transgredindo
a sinalização, pedalando no passadiço destinado exclusivamente a peões. Em Vila
do Conde o passadiço é para uso de ambos.
Em Leça da Palmeira recordo no monumento
a António Nobre a peça de teatro “As noites de Anto” de Mário Cláudio, sobre a
vida do poeta, que li há uns anos atrás e que gostei bastante.
Nas piscinas de maré de Leça fico
desiludido. Não têm nada de especial. Há pessoal que visita o Porto e vem aqui
propositadamente ver esta obra de Siza Vieira. Acho mais piada à casa de chá da
Boa Nova, uns metros mais à frente. O desenho da frente marítima de Leça também
é seu. A casa do chá e as piscinas já são dos anos sessenta e o arquiteto continua
a trabalhar.
Tempo sombrio. Vento frio de
frente. Cheiro a petróleo junto à refinaria da Galp. No regresso, umas
pinguinhas de chuva começam a ameaçar aguaceiros mais fortes, reparo que não
estou minimamente preparado para andar a pedalar à chuva. Apanho o metro em
Brito Capelo e regresso a casa.
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