As informações a que tive acesso sobre este percurso são de 2007, ano de inauguração, e de 2008. Não encontrei informações mais atualizadas, nem detalhes mais recentes no sítio da Câmara de Ovar, talvez não fossem necessárias.
Dirigi-me de carro para o local indicado no sítio da net e no mapa que imprimi: EN 327, que liga a EN 109 ao Furadouro, logo depois do Dolce Vita de Ovar, à direita, junto da casa do guarda florestal.
Não existe painel que indique o início, apenas uns bancos em madeira indiciam que ali poderá haver “qualquer coisa”. Encostado há casa do guarda florestal fica o Clube de Caça e Pesca de Ovar, também indicado no mapa.
Só faltava saber que direção seguir. Há um trilho, mais largo, paralelo ao clube de caça, que segue imediatamente para o interior da mata, e outro, mais estreito, junto da estrada nacional com os bancos em madeira. Olhando para os pinheiros em frente deste último trilho vi a sinalização de Pequena Rota. Foi por aqui que segui, naturalmente.
No clube andavam ao tiro aos pratos. O barulho dos tiros acompanhou-me durante o primeiro terço do percurso. Numa das zonas da mata, por detrás do campo de tiro, surgem avisos de perigo: Zona de Tiro. Avisos para serem levados bem a sério, não vá uma bala perdida acertar em alguém que se desvie do trilho e se aproxime demasiado do campo de tiro. Noutra zona da mata outras placas amarelas indicam Área de Protecção e outras placas ainda, numa outra zona, indicam Campo de Treino para Cães.
O percurso está bem sinalizado, exceptuando este caso que referi do painel que falta no início. Também poderiam ser colocados mais uns banquitos ao longo do percurso, porque não. Sentar na areia é agradável mas uns bancos para ficar contemplando confortavelmente a mata, a ler, a namorar, não seriam nada má ideia.
Existem painéis informativos, poucos, mas suficientes com informação sucinta, sem serem exaustivos - fauna e flora mais comum: cobra-rateira, esquilo, raposa e águia de asa redonda, pinheiro bravo, rosmaninhos e camarinheiras.
Um outro painel, também muito sucintamente, dá-nos a história da mata. Desde os tempos medievais que as populações locais semearam várias espécies florestais nas dunas para suster o avanço das areias em direcção às culturas. Mas só no século XVIII se fizeram os primeiros esforços consertados dos poderes públicos para cercar Ovar de mata. Mais tarde várias zonas viriam a ser vendidas a privados ou “Aforadas” pelo município. Em 1919, o então presidente de Câmara Municipal, resolveu sujeitar todos os terrenos arenosos na posse da câmara ao regime florestal.
Aqui um pequeno parêntesis para homenagear este presidente da câmara, Dr. Pedro Chaves, responsável pela medida. Quando o mais frequente atualmente é a desflorestação e destruição de terrenos para construção, empreendimentos turísticos, urbanizações, estradas e por aí fora. Este presidente tomou uma decisão que beneficiou as gerações futuras: protege as terras do avanço das areias, é um pulmão de silêncio e verdura, aprazível, e uma reserva de flora e fauna.
Atualmente existem "cortadas" apenas para acesso dos carros de bombeiros. No verão, o risco de incêndio pode ser muito elevado.
Os desníveis são irrelevantes, todo o trilho é percorrido debaixo da sombra dos pinheiros, o piso é arenoso e macio. É circular, de fácil realização, com 6 km de extensão.
É o único percurso pedestre sinalizado no Concelho de Ovar.
1 comentário:
Ainda não consegui entender, porque é que estes governantes com as suas modernices, entenderam que a floresta não faz falta e decretaram a sua extinção,a meu ver fizeram mal.
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