segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Castelo de Vide - Marvão (com muito riso)














É outro local totalmente diferente. Estou em Castelo de vide, a paisagem e a arquitectura mudaram subitamente desde que saí do Norte há quatro horas atrás. As casinhas brancas de vasos dependurados nas paredes e esquinas coloridas, tudo arranjadinho e harmonioso. Parece outro país, contudo isto é Portugal em toda a sua riqueza e memória histórica. Deambulo pelo centro da vila, observo as ruas que sobem até ao Castelo, a antiga Judiaria, as igrejas e os pequenos detalhes arquitectónicos que nos dizem de toda a riqueza e monumentalidade de Castelo de Vide.

O ponto de encontro é em frente ao posto de turismo com o pessoal da Quercus que organiza esta caminhada até Marvão. É um percurso não marcado, recentemente trilhado pelos nossos guias que o conhecem bem e nos darão explicações sobre a fauna, flora, geologia e cultura do local. Vamos “À Descoberta da Serra de São Mamede” pelo velho caminho medieval em estradão de pedra e por caminhos rurais já entrados em desuso. Uma distância de doze quilómetros, linear, sempre ascendente até à impressionante fortaleza de Marvão, contornando a encosta da Serra de São Mamede. Carvalhais, soutos, medronheiros de altura acima da média, sobreiros e cristas quartziticas envolvem-nos ao longo do trajecto.

A paisagem humanizada através dos sistemas tradicionais de utilização do solo, uma das razões que levaram à criação do Parque Natural da Serra de São Mamede, está hoje ameaçada devido ao despovoamento maciço das aldeias e ao desaparecimento dos modos de vida tradicionais. Quase só vivem velhos nestas aldeias, os novos emigraram para as cidades. Há bastantes estrangeiros por aqui que recuperam muitas habitações tradicionais e dividem o tempo entre o seu país de origem e esta serra, mas parece não ser suficiente para inverter o envelhecimento e a redução demográfica acentuada.

A partir de certa altura começamos a ver Castelo de Vide atrás de nós e as muralhas de Marvão lá no alto, imponentes esperando pela nossa chegada. Passamos ao lado de uma choça, um abrigo circular de origem primitiva cuja construção e aproveitamento perdurou até ao século passado, recuperada para o visitante imaginar outros tempos e modos de vida.

A par das explicações dadas pelos elementos da Quercus, da sua simpatia e divertimento, tivemos ainda a surpresa da Sessão de Yoga do riso. Quem nos visse ali em círculo no meio do monte às gargalhadas e a fazer uns gestos esquisitos, ia julgar que éramos um grupo de maluquinhos. “I Love You. Hahahaha”

Estamos quase em Marvão, cansados após uma subida a pé de doze quilómetros mas ainda temos humor e ironia suficiente para bater palmas e dar umas palavrinhas de apoio, pelo “seu esforço”, aos inúmeros condutores que passam por nós e não param o carro para nos deixar atravessar a estrada “Força, está quase, falta pouco.”

Em Marvão decorre a festa da Castanha. O Bilhete custa 1€ e tem uma citação – Marvão: Verdadeiramente Excepcional - Ray Bondin.

Judiaria de Castelo de Vide



Pilriteiro

Choça


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